O carcinoma espinocelular é um tipo de câncer de pele, sendo mais comum em pessoas com mais de 50 anos e/ou aqueles que passaram muito tempo ao sol, especialmente sem proteção adequada. Entenda sobre o assunto!
O carcinoma espinocelular da pele é a segunda forma mais comum de câncer de pele, após o carcinoma basocelular.1,2
Esse tipo de câncer se desenvolve nas células espinhosas da camada externa da pele, denominada epiderme. Normalmente, os carcinomas espinocelulares se formam em áreas da pele que recebem mais exposição ao sol, como cabeça, braços e pernas.1,2
Esse tipo de câncer também pode se formar em áreas onde há membranas mucosas, revestimento interno dos órgãos e cavidades do corpo, como boca, pulmões e ânus.1,2
As células espinhosas são encontradas em várias regiões do corpo, e o carcinoma espinocelular pode ocorrer em qualquer lugar onde essas células são encontradas. Entretanto, alguns fatores podem contribuir para a ocorrência da doença.1,2
Quais são as causas do carcinoma espinocelular?
A exposição aos raios ultravioleta (UV), como os do sol ou de bronzeamento artificial, é um dos principais fatores para o desenvolvimento da patologia por afetar as células nas camadas intermediária e externa da pele, fazendo com que elas produzam muitas células e não morram como deveriam. Isso pode levar ao crescimento descontrolado dessas células.3
Existem, ainda, outros fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da patologia:
- idade avançada;
- gênero masculino;
- pele clara;
- histórico de queimaduras solares, manchas pré-cancerosas na pele ou câncer de pele;
- exposição prolongada a produtos químicos, como arsênio na água;
- doença de Bowen, HPV, HIV ou aids;
- exposição à radiação;
- sistema imunológico enfraquecido.3
Os fatores de risco existem, não se assuste. O mais importante é prestar atenção no seu corpo e reconhecer possíveis sinais.3
Quais são os sinais e sintomas do carcinoma espinocelular da pele?
Esse tipo de câncer de pele ocorre com mais frequência em regiões expostas ao sol, como couro cabeludo, dorso das mãos, orelhas e lábios. Entretanto, pode ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive dentro da boca, na planta dos pés e nos órgãos genitais.2
Os principais sinais e sintomas de carcinoma espinocelular da pele são:
- nódulo firme e vermelho;
- ferida plana com uma crosta escamosa;
- nova ferida ou área elevada em uma cicatriz, ou úlcera antiga;
- mancha áspera e escamosa no lábio que pode evoluir para uma ferida aberta;
- ferida vermelha ou mancha áspera dentro de sua boca;
- mancha vermelha e elevada ou uma ferida semelhante a uma verruga no ânus, ou nos órgãos genitais, quando essa for a região de origem do câncer.2
Caso perceba qualquer um desses sintomas, é importante consultar um médico para uma avaliação precisa. O diagnóstico precoce possibilita chances de cura mais rapidamente, sem comprometimento na qualidade de vida do paciente.
Como é feito o diagnóstico de um carcinoma espinocelular?
O diagnóstico é realizado por um médico especialista, em muitos casos, o dermatologista ou oncologista. Ele examinará fisicamente a área do corpo onde os sintomas se desenvolveram, observando especificamente o tamanho, a forma e a localização do nódulo ou lesão.3
Após o exame físico e análise do histórico do paciente, o médico pode solicitar testes para confirmar o diagnóstico, que incluem:
- biópsia de pele, a partir da remoção de uma pequena amostra do tecido afetado para examiná-lo ao microscópio;
- exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Com esses exames de imagem é possível identificar o tamanho do carcinoma sob a pele e verificar se ele se espalhou para outras partes do corpo, especialmente os gânglios linfáticos.1
A análise detalhada, a partir dos exames solicitados, também permitirá a identificação do tipo de carcinoma.
Quais são os tipos de carcinoma espinocelular?
Existem dois tipos de carcinoma espinocelular, classificados conforme a localização da patologia e o avanço da doença no corpo:
- cutâneo: câncer que afeta apenas a camada superior da pele (epiderme) ou se espalha além da camada superior da pele, se restringindo apenas a esse órgão.1
- metastático: câncer que se espalha para outras partes do corpo, além da pele.1
O carcinoma espinocelular cutâneo raramente se espalha para outras partes do corpo (metástase). Quando diagnosticado, muito provavelmente, o paciente levou muito tempo para identificar os sinais.1
Como tratar o carcinoma espinocelular?
As opções de tratamento para carcinoma espinocelular da pele dependem do risco de recorrência do câncer, baseado em fatores, como o tamanho e a localização do tumor, e a aparência das células cancerígenas sob o microscópio, bem como se a pessoa tem um sistema imunológico enfraquecido.4
A maioria dos carcinomas espinocelulares são encontrados e tratados em um estágio inicial, quando podem ser removidos ou destruídos com métodos de tratamento local, como cirurgias para retirada do nódulo ou criocirurgia (aplicação de nitrogênio líquido para congelar e matar as células).4
Em casos raros, os carcinomas espinocelulares podem se espalhar para os gânglios linfáticos ou partes distantes do corpo. Se isso acontecer, tratamentos como radioterapia, imunoterapia e/ou quimioterapia podem ser necessários.4
Cuidados com a pele: prevenindo o câncer de pele
Um dos principais cuidados para evitar o câncer de pele é simplesmente proteger esse órgão da exposição solar. Por isso, alguns cuidados são recomendados, como:
- use protetor solar: utilize filtro solar de amplo espectro com FPS de pelo menos fator 30, mesmo em dias nublados. Aplique protetor solar generosamente e reaplique a cada duas horas — ou com mais frequência se estiver nadando ou transpirando;
- evite o sol do meio-dia: os raios do sol são mais fortes entre 10h e 15h, por isso programe atividades ao ar livre para outras horas do dia, mesmo durante o inverno ou quando o céu está nublado;
- use roupas de proteção: sempre que possível, cubra a sua pele com roupas escuras. Chapéu de abas largas são importantes acessórios para proteção do rosto. Atualmente, é possível encontrar no mercado roupas com proteção solar UV. Não se esqueça dos óculos de sol, procure aqueles que bloqueiam os raios UVA e UVB;
- evite bronzeamento artificial: esse método emite raios ultravioletas que podem aumentar o risco de câncer de pele;
- conheça seu corpo: atente-se às alterações da sua pele, como manchas, sardas, inchaços, marcas de nascença, pintas e verrugas.2
Além disso, mantenha uma rotina de cuidados com o seu médico e realize exames sempre que possível.
Revisora Científica: Dra. Paula Tavares Colpas – CRM: 129556-SP.
Referências
- Cleveland Clinic. Squamous Cell Carcinoma. Disponível em: https://my.clevelandclinic.org/health/diseases/17480-squamous-cell-carcinoma. Acesso em: 21 jul. 2023.
- Mayo Clinic. Squamous Cell Carcinoma of the skin. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/squamous-cell-carcinoma/symptoms-causes/syc-20352480#:~:text=Squamous%20cell%20carcinoma%20of%20the%20skin%20is%20a%20common%20form,though%20it%20can%20be%20aggressive. Acesso em: 21 jul. 2023.
- WebMD. Squamous Cell Carcinoma. Disponível em: https://www.webmd.com/melanoma-skin-cancer/melanoma-guide/squamous-cell-carcinoma#1. Acesso em: 21 jul. 2023.
- American Cancer Society. Treating Squamous Cell Carcinoma of the Skin. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/basal-and-squamous-cell-skin-cancer/treating/squamousl-cell-carcinoma.html. Acesso em: 21 jul. 2023.
- Skin Cancer Foundation. Squamous Cell Carcinoma Overview Disponível em: https://www.skincancer.org/skin-cancer-information/squamous-cell-carcinoma/. Acesso em: 21 jul. 2023.